quarta-feira, 28 de maio de 2008

Tempo

Por um certo lapso de tempo ou, dizendo melhor, por todo o lapso do tempo, vai se entendendo fenômenos que às vezes passam despercebidos. O clima é um deles. As pessoas reclamam, se lamuriam do frio e do calor, do sol e da chuva, sem se aperceber que essas coisas são cíclicas. O clima ameno vai e vem. O saber do clima, quando aprendido, fica. Filhos nascem e crescem de forma totalmente dependente. De repente... pimba! Estão por aí a cuidar de suas vidas, dão nos cascos, se vão, cumprindo a regra mais certa e justa da evolução e nós, continuamos a vê-los como crianças inocentes, dependentes.

O tempo passa por nós desapercebido. Mal começou e já termina. O elevador, no entanto, demora demais a chegar. A noção tão relativa dos segundos, horas, dias, meses, nos faz fragilmente humanos. Que tosca interpretação. Esse relógio bate as horas de forma arrevesada. Um dia, às vezes, é nada, mas um minuto pode ser a diferença entre o parto e o luto. Nesse entremeio, colecionamos na memória o que se chama de história. Não a história dos livros, dos heróis, dos contos de fadas, das bruxas malvadas e políticos iguais, mas a história de nós.

Ao longo do tempo imensurável há, sempre, um tempo viável que nos escreve e apaga, que nos castiga e afaga, que nos ensina a vida pela lição mais doída e, tantas vezes, ao invés de estar atentos a cada um dos instantes, todos aproveitáveis, escolhemos os lamentos pela oportunidade perdida de momentos memoráveis.

A vida, meu bem, não perdoa os distraídos. Não há nela uma seção de achados e perdidos.

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