quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Falta

Fica em pausa a causa de tudo o que deveria ter sido. Fica o tempo ido, as mãos postas as dores nas costas as imagens santuárias, as idéias várias que nos foram implantadas nas cabeças. Ficam as expressas religiões, ações desmedidas, idéias já desvalidas que ficam e se tornam referência. Haja paciência para tanta vontade de mundo melhor, haja vontade para que tudo se acabe e venha o que for, haja renúncia para que essa bagunça seja, no mínimo aproveitável. Haja um momento razoável, uma, quem sabe, notícia, ainda que sub-reptícia, que nos surpreenda ao olhar e quem sabe aproveitar o momento. Falta um silêncio estável, combinado e combinável, uma noite de abraço, um segundo, um espaço. Falta o que se tem em conta mais alta. Falta você.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Futuro

Me falta esse futuro que não planejamos, que não houve tempo, que não houve chance. Me falta esse lance de um futuro imaginado, o que seria um hoje, o que teria resultado de um plano então pensado, com pequenos detalhes, com coisas em lugares que nem em sonhos criativos os fariam vivos. Me falta esse pedaço.

Me falta um futuro feito em ontem, um agora reprimido, que nem sexto sentido ousaria proclamar. Me falta um minuto e reservo-me o direito de agora imaginar que me falta um sonho antigo, me falta um amigo a quem possa confessar esse hoje imaginado. Me falta um pecado que não pude cometer, me falta o momento de entender, me falta a história, me perde a memória de um quase, sempre quase, de um lapso tão real quanto cruel.

Me falta um passado que é hoje apenas imaginado, com suas coisas boas e as tristes também. Me falta um roteiro, desviado que foi aquele primeiro, me faz falta tua ira então inesperada, tua volta, tua estada, tudo isso me faz falta. Me falta um pedaço, um comichão, um mormaço, que nunca vieram a mim e agora me chegam apenas como a memória de uma história que teve começo, não fim.