sábado, 21 de junho de 2008

Reaprender

Volto à fonte

É preciso reaprender a amar, depois de tanto mesclar imagens e coragens, coisas inconfessas como essas que nos remetem de volta à base de toda a ciência. Há de se ter paciência para reconhecer os medos e as inseguranças, as marcas de quando ainda éramos crianças, como ainda o somos naquilo que não aprendemos de fato.

Volto, humilde, à busca do amor primeiro, aquele quase inteiro que tínhamos idealizado. Pois volto a ele, sem medo de ser ridicularizado pois foi amor como este que me faltou e me fez saltar sem querer, galho em galho, pedra em pedra, perda em perda.

Volto à fonte descobrindo que ainda sei amar um pouco, sei, pelo menos, querer amar, e isto me repõe no lugar de onde nunca deveria ter saído. Volto ao meu amor primitivo e intuído, de criança, pois que a inocência intrínseca fez desse amor o mais puro, embora suscetível às variações temporais, puro e primal, como jamais outros amores seriam. Outros seriam, talvez, iguais. Outros seriam, como foram, indispensáveis. Nenhum dos meus amores foi tão real, tão palpável, tão inimaginável como aquele, apenas sonhado, embotado, perdido e renascido.

E renascido se impõe. Como a cada dia sei que aprendo e cresço, obedeço.

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