segunda-feira, 16 de junho de 2008

Além do inferno

Em teus lábios entoei tantos versos perfeitos, tantas estrofes, que nem precisaria de poesia, apenas o que me intuía, o desenrolar de temas, fossem versos, fossem meras palavras ou blasfêmias, fossem o que fossem, seriam sempre a busca, a torpe e tosca busca de você, como menina, ainda ingênua e fina, a garota, que busquei fazendo rumo e rota, a toalha que me encobre o passado.

Já falei de tango, já falei de fado, já falei de dentro da tua boca e de tuas ancas que te amo. E se já o tive por declarado, reclamo o que me é de direito: quero, mais uma vez, grudar o teu no meu peito, aproximar os hálitos, as fontes, quero que me afrontes com as palavras ousadas que nunca ouvi de ti. Quero a tua coragem de me somar à imagem idealizada do único e próprio amante que te possui para além do inferno.

Dane-se Dante! Que seja eu para ti o que sempre fui.

Um comentário:

Sole disse...

'apenas o que me intuía'

acho que é o que basta e fazemos 'onda' pra razão e nos perdemos de montão!

bj