quarta-feira, 11 de junho de 2008

A ironia do tempo

Desisto de tomar conta do tempo. Não me é próprio tentar compreender o que vai além das mais complexas teorias. O tempo que ensina e fascina é também um facínora a me contemporizar o próprio assalto, o ato que, se visto do alto, arrepiaria os doces querubins, e de baixo, assustaria íncubos e súcubos.

Deixo de pensar no significado dessa ironia constante, que nos interpela e surpreende, que sabe que nos entende mas não explica. É só a dúvida que fica, a desconfiança de que o acaso não é só mero acaso, posto que coincidências assim aconteceriam às vezes, e não vezes e vezes sem fim.

Chega. Paro de pensar nessas coisas, vou agora rever meus amigos de quarenta anos passados só para ver que os anos, se passaram, não se deterioraram, que o tempo é relativo, o carinho intuitivo, os seres são os mesmos apesar de toda a vida incorporada.

Serão sorrisos iguais, faces normais, imagens triviais, e dessa simplicidade é que nos surpreenderemos. Pois que nos reencontremos a desafiar o tempo, o colesterol, o trabalho, os maus motoristas, os ativistas deste ou daquele partido. Que venha o tempo tão já vivido quanto intuído.

2 comentários:

bemditorosa disse...

Que bom que gostou da gravação de seu poema,fico contente...mandei por email aquele que me pediu de presente.

Unknown disse...

este ainda é meu preferido...
foi nosso reencontro depois de tantos anos!!!!!
muiiiiitooooo bom!!!!!!